No último Fórum de Emancipação Jovem debatemos a Inteligência Artificial (IA), os seus perigos e a necessidade da sua regulamentação. O assunto não é novo e assistimos a diversos fenómenos preocupantes ao ponto de influenciar eleições democráticas, como por exemplo no caso das eleições Americanas de 2016.
Foi com o lançamento do ChatGPT e outras plataformas acessíveis de IA generativa que esta temática assumiu particular relevância na ordem do dia. A facilidade que qualquer utilizador tem de gerar qualquer texto, imagem, vídeo, etc., numa questão de minutos, leva-nos a realizar uma reflexão do que esta tecnologia poderá representar no futuro e que perigos poderá trazer. A utilização destas ferramentas impactou exponencialmente a sociedade, verificando-se fenómenos de fraude, como as realizações integrais de documentos académicos, ou a manipulação de imagens de pessoas (deepfakes), mas também gerou efeitos positivos, como a criação de empresas com ideias de negócio provenientes de IA, criação de obras de arte, ou a deteção mais rápida de doenças.
Acredito que esta ferramenta poderá ter um impacto muito positivo para a nossa sociedade. Para tal, temos de conseguir regulamentá-la de forma eficiente, o que permitirá tirar o melhor partido desta tecnologia. O Parlamento Europeu está atualmente a discutir formas de regulamentação da IA e devemos esperar novidades em breve.
Existe também uma preocupação relativamente ao mercado de trabalho e a utilização da IA em substituição de mão de obra humana. É também aqui que devemos ter o nosso foco, abraçar o desenvolvimento e utilizá-lo para melhorar as condições de trabalho, otimizar processos e transformar a mão de obra atual em mão de obra mais qualificada. O futuro do mercado de trabalho não poderá ser apenas a IA nem a ausência dela, mas uma conjugação de mão de obra humana que deverá utilizar a IA como suporte no exercício das suas funções.
Assim, é essencial que o nosso país aproveite esta e outras indústrias inovadoras para crescer. É fulcral apoiar e investir em empresas e start-ups que estão empenhadas na investigação e desenvolvimento de áreas inovadoras. Apoiar os nossos investigadores, transformar o Ensino e qualificar os trabalhadores, para conseguirmos criar produtos com mais valor acrescentado. Este é um caminho que devemos seguir para subir salários, aumentar o poder de compra dos Portugueses e, consequentemente, aumentar a sua qualidade de vida. Saibamos traçar esse caminho!
Rúben Fernandes
Membro do Secretariado Nacional