Nesta edição de Julho de 2023, convidámos Susana Barroso, Deputada da Juventude Socialista na Assembleia da República, para responder ao Questionário Proust Militante.
Como entraste na Juventude Socialista?
Ah… não tenho uma história bonita para esta questão. Algures no decorrer do meu ensino secundário, percebi que não queria fazer parte dos grupinhos que reclamavam de tudo sem fazer parte de uma solução ou, pelo menos, de uma proposta alternativa. Li, na altura, os estatutos de diferentes organizações políticas jovens e, por me rever nos pilares de base do socialismo democrático, escolhi preencher a ficha de inscrição da Juventude Socialista, disposta a abraçar as discussões sobre os nossos problemas do quotidiano e a pensar, coletivamente, em soluções adequadas.
Qual o momento da tua militância que mais te marcou?
A campanha eleitoral das últimas eleições legislativas do nosso país, em janeiro de 2022. Foi uma batalha vivida com muito trabalho e intensidade, com um enorme espírito de resiliência em equipa e principalmente, num ambiente de grande proximidade com a população, que culminou num resultado extraordinariamente gratificante e de extrema responsabilidade para o Partido Socialista.
O que mais te orgulha teres feito na tua militância?
Dar a oportunidade de conhecer o Parlamento Europeu, bem como a sua dinâmica e funcionamento, a camaradas que, fora do âmbito das atividades da JS, possivelmente não teriam essa feliz circunstância.
Quem foi a pessoa que mais marcou a tua militância?
Professor Fernando Rodrigues. Era o Presidente da Comissão Política do PS da concelhia a que pertenço, à data da minha inscrição na JS. Foi Presidente da Câmara Municipal de Montalegre e é o atual Presidente da Assembleia Municipal.
Quem é a tua grande referência política na área do socialismo democrático?
Tenho dificuldade em escolher entre António Guterres e Jorge Sampaio.
E fora do campo do socialismo democrático?
Nelson Mandela.
Qual a característica que mais admiras num político?
Coragem
E qual a característica que mais desprezas?
Condescendência. Dentro ou fora do campo político não suporto pessoas arrogantes, com a mania da superioridade e que se acham no direito de desvalorizar o próximo apenas pela sua condição social.
Qual foi o discurso que mais te inspirou até hoje?
“I Have a Dream”, de Martin Luther King.
Qual foi a medida/política que mais te marcou até hoje?
O confinamento decorrente da crise pandémica de 2020, para combate à Covid-19. Apesar de ter sido um período muito adverso para o país, para a Europa e para o mundo, tendo implicações gravíssimas a nível económico e social, acredito que foi uma medida necessária para proteger a população, principalmente a franja mais vulnerável da sociedade. Não tenho a menor dúvida que terá sido precisa uma enorme coragem e ponderação para tomar uma deliberação tão séria e perigosa, por parte de quem governava na altura e assumiu a dianteira desta decisão.
Se tivesses a oportunidade de mudar algo no mundo, o que seria?
Consciente de que corro o risco de me aproximar de um clichê… A verdade é que escolheria, sem hesitar, a erradicação da fome no mundo.
Qual o livro que todo o socialista tem de ler?
“1984”, de George Orwell. É uma ficção distópica que nos explica como nenhuma ideologia extremista é capaz de auferir bons resultados.
Qual o filme que todo o socialista tem de ver?
“A Vida É Bela”, um clássico que nos relembra a magnitude da liberdade e a urgência do amor. Numa vibe mais comercial, o “In Time”, hiperboliza a expressão “tempo é dinheiro”, num cenário capitalista que nos deve fazer refletir sobre o real valor das coisas e da própria vida.
Qual o conselho que deixas a quem está agora a iniciar a sua militância política?
Não sejam permissivos nem tolerantes com discursos populistas, bacocos e odiosos. E, principalmente, não permitam que estes toldem o discernimento e a tolerância de um povo de valores, tão necessários ao diálogo entre partes, bem como à convivência e evolução saudável da sociedade.
O que é o socialismo para ti?
É a sobreposição do interesse coletivo às vontades individuais. Igualdade de oportunidades, solidariedade e cooperação social, sistema democrático na tomada de decisões, defesa das liberdades e dos diretos humanos, convivência pacífica entre povos e nações e progresso assente em diretrizes europeias.
Susana Barroso
Deputada na Assembleia da República