Eleições Regionais na Madeira 2023 – Entrevista a Patrícia Agrela

Patrícia Agrela, 27 anos, Técnica Superior em Educação, Coordenadora do Gabinete de Estudos da JS Madeira, membro do Secretariado Regional da JS Madeira, membro da Comissão Nacional e membro da equipa nacional do Gabinete de Estudos da JS. É candidata a Deputada e Mandatária Jovem do PS Madeira.

Ao nível do programa eleitoral, quais são as principais propostas do Partido Socialista para estas eleições?
O Partido Socialista apresenta um conjunto de propostas exequíveis e que tem como principal objetivo, a melhoria das condições de vida da população. É necessário aplicar o deferencial fiscal de 30% no IRS e IVA. Este alívio permite um aumento dos rendimentos disponíveis para as famílias, assim como a diminuição dos preços dos bens de consumo. Um dos nossos propósitos é a formação das pessoas, aproveitando as suas competências para a dinamização da economia. Para isso, o PS pretende criar um polo universitário no Porto Santo, que tenha como vocação o Turismo. Esta medida aumenta o emprego qualificado, tal como aumenta os vencimentos. Os últimos censos demonstraram uma perda significativa da população. Temos de combater o despovoamento, para isso é crucial olhar pelos mais idosos que estão em situação de maior vulnerabilidade. É inaceitável que a saúde seja descurada nos concelhos da Costa Norte na Madeira. Com o Partido Socialista no Governo Regional, as urgências vão estar abertas, durante 24 horas, no Porto Moniz e em Santana. A Cultura será reforçada com apoios financeiros, que tenham como intuito a proteção do património e a criação artística. A Cultura e as Indústrias Criativas têm um papel determinante, em termos sociais, como ferramenta para ampliar o conhecimento. Não podemos esquecer a Agricultura e Pescas. O PS aumentará os apoios disponíveis para a renovação da frota de espadeiros e aumentará os rendimentos dos agricultores. A criação de cadeias curtas de distribuição é um passo essencial para a valorização dos produtos regionais. Haverá uma majoração no complemento regional para o idoso, no montante de 100 euros mensais. A equipa liderada por Sérgio Gonçalves tem ideias concretas para resolver os problemas que afetam os madeirenses e porto-santenses.
No que diz respeito aos jovens, quais são os problemas mais prementes para resolver na Região Autónoma da Madeira? E que medidas apresenta o PS para os resolver? Os jovens madeirenses e porto-santenses enfrentam vários problemas, a nível de habitação, emprego bem renumerado e Educação. O Partido Socialista entende que a Educação é uma das áreas nevrálgicas da governação. A aposta na Educação dos jovens madeirenses e porto-santenses é um investimento de futuro. A governação do PS na Região, implementará uma Educação totalmente gratuita: manuais, alimentação e transportes gratuitos até ao 12º ano. O investimento na Educação vai gerar que a oferta de emprego seja mais condizente com as qualificações das novas gerações. Temos uma proposta inovadora que visa atenuar as dificuldades dos estudantes universitários deslocados para pagar quartos, com a atribuição de um complemento para o alojamento no valor mensal de 200 euros, para as famílias que tenham rendimentos anuais até aos 60 mil euros. O direito à Habitação é uma das principais prioridades do Partido Socialista. O PS aumentará, em sede de orçamento regional, as verbas para a criação de habitação a preços, verdadeiramente, que sejam a custos controlados. Vamos incentivar a criação de Cooperativas para soluções, financeiramente, mais acessíveis. Sérgio Gonçalves definiu como uma das suas bandeiras, a área da Juventude. O Partido Socialista tem um projeto bem estruturado e definido para colmatar as lacunas existentes. A aposta na Juventude simboliza um crescimento para a sociedade. O PS será um intérprete de confiança das reais dificuldades dos jovens madeirenses e porto-santenses.

O que se sente nas ruas? As pessoas estão descontentes com o atual Governo Regional? Se sim, conseguirá o PS capitalizar esse descontentamento?
Existe um enorme descontentamento com a governação do PPD/PSD e do CDS. Não houve uma única medida estrutural implementada pelo atual Governo Regional. Nos contactos com a população, ouvimos de uma forma muita clara, que é necessário mudar. São 47 anos dos mesmos de sempre, a governar só para alguns. As poucas coisas feitas, não são planos realistas para combater as desigualdades sociais. São, simplesmente, propostas debilitadas para a manutenção do poder e, sobretudo, para a publicidade diária dos atuais protagonistas políticos. Foi com enorme estupefação, que ouvi as declarações proferidas pelo Secretário Regional dos Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Fino, esta semana, quando mencionava que vão ser construídos 55 apartamentos, a custos controlados, em Santa Luzia, no Funchal, e que um T1 pode custar 160 mil euros. Ora isto só demonstra o total desligamento do Governo Regional com a realidade em que os madeirenses vivem. Quem consegue suportar este preço? É um total desnorte, é uma afronta e um até insultuoso, promover a habitação nestes valores. Os madeirenses e porto-santenses ficaram a saber que não contam com o PPD/PSD e o CDS para resolver os prolemas da habitação. Estas declarações foram repudiadas pelos madeirenses e porto-santenses. A mensagem do PS é muito concreta: é fundamental materializar o nosso descontentamento no dia 24 de setembro. Toda a população tem de ir votar. O vencedor não pode ser a abstenção. Só será possível mudar e assegurar as transformações sociais que o arquipélago tanto precisa, se votarmos na única alternativa credível e não em partidos de protesto, que não tem soluções para os desafios vigentes. A única opção perante esta inércia é Sérgio Gonçalves, é Partido Socialista.

Nas últimas eleições o PS conseguiu retirar a maioria absoluta a Miguel Albuquerque, que logo de seguida fez um acordo de governação com o CDS (com quem agora concorre coligado). O PS tem agora condições de disputar a liderança do Governo Regional ao fim de 47 anos consecutivos de governação do PSD na Região Autónoma da Madeira?

O Governo Regional do PPD/PSD e CDS está caducado. Após 47 anos o resultado da governação é assustador: perdemos mais de 16 mil pessoas, de acordo com os últimos Censos, muitos deles jovens qualificados e que não tiveram oportunidades na sua terra. A Madeira é hoje uma das regiões de Portugal com a maior taxa de risco de pobreza. Estes são os “troféus” que o PPD/PSD tem para oferecer: indigência, penúria. Não queremos que os madeirenses e porto-santenses vivem à míngua. Queremos uma terra feita com todos e para todos. O PS tem um programa de governo sólido, uma equipa capaz, preparada e responsável e um Presidente competente, dedicado, solidário, próximo do povo e altruísta. O Partido Socialista apresenta-se a estas eleições para, de uma vez por todas, mudar a Madeira, mudar o cenário caótico em que vivemos. Este será um projeto de cidadania aberto para todos os jovens, mulheres e homens da região. A Governação do PS será feita com elas e eles: as nossas gentes. Estamos prontos para liderar a nossa Região.

Em relação ao CHEGA, Miguel Albuquerque já disse “não estabelecer linhas vermelhas” e já considerou que este “faz parte do jogo do quadro político democrático [e] deve ser, em todos os cenários de uma democracia liberal, interlocutor privilegiado para qualquer questão”. Após ter assumido que fazer acordos com o CHEGA dependeria dos resultados eleitorais, agora demarca-se, descarta a hipótese de um acordo e diz que se não tiver a maioria nas eleições do próximo mês, não governa. Em qual dos Migueis Albuquerques pode o povo da Madeira e de Porto Santo acreditar.

Não consigo compreender como o PPD/PSD que, esteve na génese da nossa Democracia, não tenha uma posição definida em relação a partidos com índole reacionária. A posição ambígua de Miguel Albuquerque, do meu ponto de vista, revela que não terá a menor hesitação em formar governo com o Chega uma vez que o único objetivo do PSD é a perpetuação do poder. Não interessa governar para as pessoas, só importa manter o mesmo estado de coisas. Como é que os madeirenses e porto-santenses podem confiar em Miguel Albuquerque quando diz uma coisa e depois afirma outra? Esta posição em relação ao Chega é um espelho da governação de Miguel Albuquerque: titubeante, fraca e muito pouca séria. Que fique muito claro: Jamais, em momento algum, o Partido Socialista fará alianças com partidos populistas e demagógicas que utilizam o discurso do ódio contra minorias. O PS é o partido da Democracia, Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Não vamos abdicar dos nossos valores. Existe algo que o povo da Madeira e do Porto Santo pode ter a certeza: o Partido Socialista é a garantida de estabilidade, confiança e inclusão de todas as pessoas.

Patrícia Agrela

Patrícia Agrela

Técnica Superior em Educação. Candidata a Deputada e Mandatária Jovem do PS às Eleições Legislativas Regionais da Madeira